Situada ao fundo da Silvã de Cima, a Ponte Ferreira liga, sobre o rio Coja, os concelhos de Sátão e Penalva do Castelo.
É uma das pontes mais conhecidas do Sátão e foi construída com largos esporões na base, assentando sobre rocha de ambos os lados. O tabuleiro tem largura suficiente para poderem passar simultaneamente duas filas de carros. Estas características fazem da Ponte Ferreira um monumento de grandiosas dimensões, tendo em conta que já foi construída há trezentos anos.
Apesar de não haver elementos escritos que o confirmem, pensa-se que a Ponte Ferreira foi construída devido à ausência de uma solução que permitisse convenientemente a passagem entre as margens do rio Coja das gentes da corte, que se deslocavam com frequência de Lisboa para Ferreira de Aves.
Reza a história que, na altura em que foi construída a ponte (1725), os Marqueses de Ferreira de Aves e Duques de Cadaval eram os primeiros fidalgos do reino, logo a seguir aos da Casa Real. Nos tempos faustosos em que viviam os nobres em pleno reinado de D. João V, estes não se deslocavam a pé. As suas viagens a cavalo em requintados coches exigiam vias mais modernas e resistentes que as velhas alpondras e os pequenos pontões de madeira, que até então serviam para fazer a travessia entre as margens dos rios.
Fica assim explicada a magnitude desta obra do século XVIII e também o nome com que foi batizada é uma autêntica joia que urge preservar.
Pesquisa efetuada em Terras do Concelho de Sátão,
de Albano Martins de Sousa